sábado, 25 de abril de 2015

Roteiro de 5 dias em Pequim para conhecer as principais atrações da capital da China

Pequim deveria ser o primeiro destino de quem vai à China, principalmente, se for a estreia do viajante naquele país. Digo isto porque a capital chinesa oferece fácil locomoção, com muitas estações de metrô, e lá muita gente fala inglês — se comparado, claro, com o restante da nação. Em cinco dias, é possível conhecer as principais atrações de Pequim, mas a cidade é tão legal que vale a pena ficar uns dias a mais para aproveitá-la melhor e curtir o vaivém dos moradores. 
Cidade Proibida
Fui à China em setembro de 2014, quando escrevi diversos textos aqui para o Mosaico (leia um consolidado aqui), mas ficaram faltando posts com as sugestões dos roteiros, incluindo este sobre Pequim. Então, agora não fico mais devendo!

Minha estadia durou uns 4,5 dias: cheguei ao meio-dia do domingo e embarquei no voo das 23h55 da quinta, podendo aproveitar até umas quatro, cinco horas da tarde do dia da volta. Neste período, consegui visitar os lugares mais indicados e aproveitar bastante a cidade.

Como Pequim foi meu último destino — cheguei por Xangai, fui a Shenzhen e depois a Xi’An — já estava ambientada com o local e mais ou menos sacado como as coisas funcionavam. Também estava mais acostumada com o fuso, ainda que acordando muito cedo, o que, no fim, foi bom para desfrutar melhor os passeios.
Wangfujing 
Dia 1: Wangfujing Street

No domingo, dia que cheguei, aproveitei que o hotel era super bem-localizado para caminhar até a Wangfujing Street, um antigo distrito de comércio onde hoje tem parte da rua fechada apenas para pedestres e com lojas. Estava bem agradável, com muitas famílias passeando e vários turistas. É ali que fica o escritório de turismo de Pequim, onde comprei meu passeio para conhecer a muralha em um ponto bem distante e, portanto, vazio.
Wangfujing: lojas e rua somente para pedestres é convite para passeio
 É neste pedaço de Pequim onde os turistas encontram as barraquinhas com os famosos escorpiões fritos e outras comidas estranhas para nós. Quase chegando à avenida Chang'an têm (para quem está descendo em direção a ela, no lado direito) umas vielas repletas de barracas de ruas com comidas deste tipo. Fica, óbvio, lotado de turistas. Eu não provei, porque pensei que fosse encontrar em muitos lugares, nos restaurantes ou em outras praças de alimentação como algo típico. E não vi. Vendem, sim, uma espécie de lula grelhada no palito, mas não escorpiões.

Ah... já ia me esquecendo: em Pequim, diferente de outros lugares que visitei, os chineses pedem para tirar fotos conosco. A explicação mais plausível que li é que estes chineses vêm de regiões onde praticamente não existem pessoas de outros lugares, então, quando visitam a capital, gostam de tirar fotos com os ocidentais!
Para gringo comer

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Dia 2: Grande Muralha da China

Dediquei a segunda-feira para visitar a Grande Muralha da China no ponto Jinshanling. Acordei bem cedo, porque o carro da agência de turismo passou para me pegar às 6h20.

Existem alguns pontos visitáveis na muralha. O mais cheio e mais perto do centro (inclusive com acesso razoavelmente fácil pelo transporte público) é o Badaling. Na mesma distância de Pequim e um pouco menos cheio e está o Mutianyu. Já o Jinshanling e o Simatai ficam a mais de 100 km e são menos procurados e, consequentemente, bem mais vazios. Há outros pontos, normalmente, ofertados por agências de aventura ou passeios temáticos como de bicicleta, trilhas ou acampamento.
A muralha é simplesmente espetacular

Acabei fechando no escritório de turismo a excursão "Hiking on Jinshanling Great Wall one day tour", o que se mostrou uma excelente escolha, porque pode-se andar por partes da muralha menos restauradas e mais parecidas com o original. O custo foi de 350 yuans e o passeio dura o dia todo. Leia mais no post Visitando a Grande Muralha da China em um de seus pedaços mais originais. 

Neste dia à noite, saí para jantar com um amigo jornalista que também estava na cidade. Fomos ao bairro Sanlitun, que uma parte mais moderna, repleta de restaurantes com culinária internacional. É uma ótima dica para quem quer dar um tempo na comida local. Jantamos em um restaurante espanhol bem gostoso chamado Migas.

Dentro da Cidade Proibida
Dia 3: Cidade Proibida | Jingshan | Praça da Paz Celestial | Museu Nacional | Houhai

Na terça-feira, eu e este amigo nos encontramos para conhecermos juntos a Cidade Proibida que é incrível! Marcamos de nos encontrar na saída do metrô às 8h30 e deu certo. As estações Tian'Anmen West e East dão acesso ao local. Para entrar no que foi o palácio imperial da China desde meados da Dinastia Ming até ao fim da Dinastia Qing é necessário passar por detectores de metal — este tipo de vistoria é super comum na China.


Se antes apenas o imperador, sua família e empregados especiais tinham permissão para entrar no conjunto de prédios do palácio (daí o nome), agora o local é repleto de turistas. Chineses de todas as cidades vão à Pequim para visitar o local. Impressiona a quantidade de excursões escolares. O turismo interno é bastante forte na China, então, os locais mais procurados estão sempre cheios — e olha que fui em setembro, que é uma época tranquila.

A entrada da Cidade Proibida se dá pela porta Tiananmen, onde fica uma fotografia de Mao Zedong, local praticamente obrigatório para uma foto! Caminhar por todos os ambientes, pátios e jardins leva cerca de uma hora e meia a duas, dependendo do quanto você parar para apreciar cada detalhe. Na entrada, retire o mapa em papel para assegurar-se de não perder nada importante.

A saída da Cidade Proibida é pelo jardim imperial (lindo). Atravessando a rua fica a colina artificial Jingshan (também lida nos mapas como Coal Hill), construída do zero a partir do solo escavado na formação dos fossos do Palácio Imperial e dos canais próximos. Prepare o fôlego e pegue o caminho rumo ao topo. Não deixe de subir. A vista é incrível desde o pavilhão que fica no cume! Do alto e se tiver um dia claro é possível apreciar toda a grandeza da Cidade Proibida e ver também a torre Gulou e o campanário Zhonglou.
Vista da Cidade Proibida desde o alto da Coal Hill
Vista do Beihai desde o alto da colina Coal Hill
Saindo de lá olhamos o mapa e achamos que era OK voltar a pé, contornando a Cidade Proibida, para chegar à famosa Praça da Paz Celestial (Tiān'ānmén Guǎngchǎng), onde está o Mausoléu de Mao Tsé-Tung. Só que levamos quase uma hora para percorrer os cerca de 4,5 km. Esta é uma diferença básica entre a China e outros lugares: por mais perto que dois lugares pareçam estar no mapa eles estão muito mais longe na vida real.

Aproveitei que já estava ali e visitei o Museu Nacional da China, com direito a uma parada para um chá e lanche, porque até àquela hora não havia me alimentado. O museu é grande, então, selecione o que você realmente quer conhecer. Eu foquei na história antiga da China, porque eles colocam uma linha do tempo bem fácil de entender a evolução da civilização chinesa. Não paga nada para entrar, mas deve-se mostrar documento válido com foto.
Um dos lados da Praça da Paz Celestial
Para fechar a terça-feira em grande estilo, fui com uma menina alemã que havia conhecido no passeio à muralha para Houhai, no distrito Xicheng, onde diversos bares e restaurantes ficam à beira dos lagos Qianhai, Xihai e Houhai, o maior deles. É um pedaço bem legal para conhecer a vida noturna. Vale a pena dar uma volta por lá.
Houhai concetra parte do agito noturno
Dia 4: Palácio de Verão | Yōnghégōng Lama Temple | Guozijian Street | Silk Market

Dividi a quarta-feira de modo que conhecesse na parte da manhã o Yiheyuan, também conhecido como Palácio de Verão (Summer Palace, nos guias em inglês), depois o Templo Yonghe (Yōnghégōng Lama Temple) e o Silk Market. Foi puxado, mas deu tempo de fazer tudo sem correria.
Acima e embaixo: Palácio Verão 

Fui cedo para o Palácio de Verão, que é enorme. De metrô é fácil chegar pela linha 4, descendo em Beigongmen, saída C. O lugar é enorme, um parque muito arborizado, com lago e vários palacetes, um mais encantador que outro. Prepare-se para andar bastante e reserve umas três a quatro horas para este lugar, para poder apreciar com calma e fazer paradas estratégicas para descansar.
Mapa ajudar a dar noção da grandeza do Palácio Verão

Logo na saída, há gente chamando para almoçar em diversos botequinhos. Não pare no primeiro e siga caminhando de Starry Street, onde tem vários restaurantes. Um pouco antes de chegar lá achei restaurante lindinho com uma comida ótima chamado Room in the Air.

De lá peguei metrô (linha 5) e fui para o Templo Yonghe (Yōnghégōng Lama Temple). Os guias de viagem indicam fazer este e o Confucius Temple, mas optei em conhecer por dentro apenas o Lama e adorei. É possível comprar incenso e acender como os chineses fazem. Vale ficar um tempo contemplando a arquitetura e entendendo um pouco a cultura deles.
Lama temple
 Saindo de lá, fui na direção do Confucius Temple e caminhei pela tradicional Guozijian Street. Peguei metrô e parei no Silk Market — linha vermelha 1, parada Yonganli. Eu não sou uma pessoa de compras e não gostei do lugar. É um shopping cheio de lojas com roupas falsificadas. Acabei comprando uns lenços de seda e só. Quem curte fazer compras, pode gostar. Mas atenção ao pechinchar: se começar a barganha tem de levar o produto, senão eles ficam irados e vão atrás de você. Falo sério. Aconteceu comigo, porque desisti do produto.
Pelas ruas da redondeza

Dia 5: Templo do Céu | Behai

No meu último dia em Pequim, fui pela manhã até o Templo do Céu e à tarde ao parque Beihai.

Construído em 1420, o Templo do Céu é um exemplo primoroso da arquitetura religiosa chinesa. Assim como para conhecer o Palácio de Verão, reserve mais de três horas e prepare-se para caminhar, porque se trata de um grande parque com as atrações espalhadas em diversos lugares — e você tem de ir! Repare nos locais dançando e tocando instrumentos.

 Saindo de lá, fui conhecer outro parque que eu queria passear antes de sair, o Beihai. Mas confesso que quando cheguei nele estava bem cansada de andar. Mesmo assim, percorri boa parte para conhecer as atrações principais.
Acima e embaixo: partes do Beihai

O que não consegui ver:
Em uma estadia de cinco dias pode-se conhecer o básico com calma. O ideal eu acredito que seja ficar entre seis e oito dias, pois daí também é possível conhecer o complexo olímpico, o zoológico, a CCTV Tower, o Antigo Palácio de Verão, o Confucius Temple, a torre Gulou e o campanário Zhonglou, o distrito financeiro, além de outros bairros, parques e mercados que valem a pena.

Leia mais
Confira todos os posts sobre a China
Hotel
Quando fui: setembro de 2014
Hotel que fiquei: Beijing Prime Hotel Wangfujing (2 Wangfujing Avenue | Dongcheng)
O que achei do hotel: Ao pesquisar onde ficar na China, li que o melhor era ou albergue ou hotel muito bom (4 ou 5 estrelas). Caso contrário, os funcionários não falariam inglês e o café da manhã seria oriental. Achei este hotel no Booking por um preço bom e reservei. Ótima escolha. Adorei o hotel, a localização e foi um excelente custo-benefício. Também está perto da linha 6 do metrô, o que facilita demais.
Por onde reservei: Booking

                                                                      >>> Guia de hotéis e avaliação das hospedagens

5 comentários:

  1. Valeu! Brigadão.
    Seu roteiro vai me ajudar muito.
    Vou passar 5 dias em Pequim e esse roteiro caiu como uma luva

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  2. Bem legal as dicas ! Estamos indo agora em Setembro também, o que você sobre o clima nessa época.
    Obrigado

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  3. alguem tem o mapa desses postos turisticos

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  4. estou indo agora em Agosto 2018...ja que aumentaram para 6 dias o visto em transito, depois irei para Malasia. obrigado pelas dicas

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