quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Visitando a Grande Muralha da China em um de seus pedaços mais originais

A Grande Muralha da China impressiona. Seus mais de 5 mil quilômetros de extensão começaram a ser construídos na época imperial, por volta do ano 200 a.C, e, ao longo dos centenários (e de diversas dinastias) foram sendo destruídos e renovados. O que antes servia para proteger o território chinês de invasões, hoje é um dos lugares mais visitados no oriente e o que leva milhares de turistas à China.
Existem alguns pontos visitáveis na muralha. O mais cheio e mais perto do centro (inclusive com acesso razoavelmente fácil pelo transporte público) é o Badaling. Na mesma distância de Pequim e um pouco menos cheio e está o Mutianyu. Já o Jinshanling e o Simatai ficam a mais de 100 km e são menos procurados e, consequentemente, bem mais vazios. Há outros pontos, normalmente, ofertados por agências de aventura ou passeios temáticos como de bicicleta, trilhas ou acampamento.

Nos hotéis, as agências de viagens oferecem diversos passeios não apenas para a muralha (Badaling e Mutianyu) como também para alguns pontos da cidade. Antes de fechar, é sempre bom dar uma checada no escritório de informação turística para saber quais eles excursões oferecem e comparar os preços. Em Xi'An, eu comprei direto no hotel para ver os guerreiros de Terracota e paguei 550 yuans pelo passeio, enquanto no ponto de atendimento ao turista saia por 350 yuans.
Há duas maneiras de se chegar à muralha: caminhando por cerca de 30/40 minutos ou pelo teleférico (40 yuans cada trecho)
Eu já tinha lido sobre os diferentes acessos à muralha e gostaria de ir a um dos pontos mais longes. Se não estou enganada, o Simatai não é muito acessível e os passeios acabam sendo ofertados pelas agências "de aventura".

Acabei fechando no escritório de turismo a excursão "Hiking on Jinshanling Great Wall one day tour", o que se mostrou uma excelente escolha, porque pode-se andar por partes da muralha menos restauradas e mais parecidas com o original. Além disto, têm bem menos turistas que os outros. Uma das razões é a distância, porque o valor do pacote acaba sendo só um pouco mais caro.
Como este pedaço da muralha é mais distante, não há muitos turistas no local
Há trechos bons como este para caminhar, que foram renovados, mas também tem partes que exigem muita atenção para não escorregar


No meu caso, o passeio começou com um motorista me pegando no hotel às 6h20. Fomos de carro (velho) até onde estava o ônibus (velho também, mas OK) com as outras 26 pessoas do grupo, a maioria europeu. Partimos umas quinze para sete em direção à muralha e chegamos às 10:30, com uma parada em banheiro público no meio do caminho. Atenção: a privada é turca e não se esqueça de levar papel higiênico. Logo na partida, a guia deu um pão grande com frutas secas (bem gostoso) e uma garrafa de água para cada um do grupo.

Confesso que estava um pouco receosa, porque o folheto dizia que faríamos uma caminhada de quatro horas na muralha. Na minha cabeça e de alguns turistas com quem conversei, iríamos de um ponto a outro com a opção de ir a pé ou pegar o teleférico. Nada disto.

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O ônibus para num grande estacionamento, que está sendo renovado, e caminhamos na direção à entrada do acesso à muralha. No caminho, fica o restaurante onde o almoço (incluído no pacote sem as bebidas) é servido. Ao entrar no "parque", há duas opções para se chegar à muralha: caminhando ou de teleférico. A esta altura eu, que estava sozinha, já tinha feito amizade e decidimos fazer o passeio em grupo. Éramos cinco: eu, um inglês, um grego, uma alemã e uma canadense. O grego visitava a muralha pela terceira vez (cada vez em um dos pontos) e nos sugeriu pegar o teleférico. Lá fomos nós.

O teleférico custa 40 yuans cada trecho e você pode optar, por exemplo, subir por ele e descer caminhando. Andar leva uns 30 a 40 minutos e o percurso é pavimentado. Nós achamos que seria perda de tempo irmos a pé e preferimos passar mais tempo na muralha. Ao todo tivemos cerca de três horas para caminhar em cima do que um dia foi a fronteira entre China e Mongólia. O tempo é livre; ou seja, se preferir sentar e apreciar a vista, pode fazê-lo.

Do ponto onde o teleférico chega até efetivamente a muralha há uma pequena trilha com partes em terra e partes pavimentadas. Ao chegar ao forte, de um lado está a parte menos preservada e do outro uma que já passou por alguma renovação. Fomos primeiro à parte antiga, onde permanecemos por cerca de duas horas, indo até o último trecho que dá para chegar. Neste ponto, a muralha está muito danificada e para prosseguir é preciso pegar uma trilha na montanha para contornar o pedaço ruim até retornar à muralha. Não parece ser difícil, mas optamos por voltar e percorrer um pouco do trecho conservado.
A muralha é incrível. Lá de cima, caminhando, a pergunta que todos se fazem é como aquela fortificação imensa sem nada ao redor foi construída. E neste ponto você lamenta não ter prestado mais atenção às aulas de história ou ter memória para lembrá-las.

Como bem observou a canadense que estava comigo, faltam placas com explicações. Só encontrei em dois lugares algo parecido. Ainda no ônibus, a guia tentou contar um pouco da história em um longo discurso. Pena que ninguém entendeu. Este é o problema do idioma aqui: os guias repetem falas imensas com uma pronúncia de difícil compreensão e, quando você puxa papo ou pergunta algo fora do script, eles não entendem.

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Informações práticas para ir à muralha da China
  • Há várias agências oferecendo passeios. Eu pesquisei em duas, a que estava no meu hotel e no escritório de atendimento ao turistas. Pesquise e avalie qual das opções se encaixa melhor ao seu perfil. 
  • Vista roupa confortável e um bom tênis. Não é difícil andar na muralha, mas o percurso, sobre pedras, tem partes íngremes e algumas escorregadias.
  • Leve água no trajeto.
  • No alto pode ser mais frio, então, mesmo se for verão, leve um casaquinho.
  • Carregue consigo papel higiênico e álcool gel, porque os banheiros que fui não tinham papel nem sabão.
  • Não vá de barriga vazia. Ainda que algumas excursão ofereçam pão e água na entrada, lembre-se de que são três horas caminhando (se optar por andar na muralha).
  • O trânsito em Pequim é bem ruim. Então, não programe nada para imediatamente o horário que prometem voltar, porque pode levar horas. No meu caso, o ônibus parou numa estação de metrô e deu duas opções: pegar uma van (ônibus de turismo tem horário para circular no centro) até o hotel ou ir de metrô. Eu fui de van para ir vendo a cidade. 

Hotel
Quando fui: setembro de 2014
Hotel que fiquei: Beijing Prime Hotel Wangfujing (2 Wangfujing Avenue | Dongcheng)
O que achei do hotel: Ao pesquisar onde ficar na China, li que o melhor era ou albergue ou hotel muito bom (4 ou 5 estrelas). Caso contrário, os funcionários não falariam inglês e o café da manhã seria oriental. Achei este hotel no Booking por um preço bom e reservei. Ótima escolha. Adorei o hotel, a localização e foi um excelente custo-benefício. Também está perto da linha 6 do metrô, o que facilita demais.
Por onde reservei: Booking

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