terça-feira, 14 de agosto de 2012

Vinhos para trazer do Uruguai

Conhecido por sua uva Tannat, o Uruguai reúne diversos produtores de vinhos. Há as bodegas mais sofisticadas, que produzem vinhos mais finos (muitos premiados), e aquelas que oferecem uma linha mais de mesa. Diferente da Argentina ou Chile, os vinhos do Uruguai não são tão populares no Brasil e, justamente por isto, as pessoas não estão muito familiarizadas com eles. Talvez a exceção seja a linha Don Pascual, da Familia Deicas – Estabelecimiento Juanicó.
Saldo da viagem: 14 garrafas, incluindo as adquiridas na Argentina
Confesso que, antes de viajar pelo Uruguai, eu não conhecia muitos rótulos – quase nenhum, para falar a verdade. Minha vontade, além de visitar as bodegas, era experimentar os produtos nacionais durante almoços e/ou jantares e também trazer algumas garrafas para o Brasil. Pelas regras da receita, pode-se trazer 12 litros de bebidas alcoólicas. O problema daí é como trazer.

Tanto para escolher as vinícolas que iria visitar como para eleger os vinhos a beber, o primeiro passo foi conhecer quem são os produtos e dentre eles quais se destacam. Neste sentido, o site Los Caminos del Vino – Wine Roads foi fantástico. Nele pesquisei sobre um pouco da história dos vinhedos e quais são os mais importantes. No total, são cerca de 400 vinícolas no país, sendo que cerca de trinta delas têm expressão internacional. Outra dica é buscar por vinhos que sejam VCP (Vino de Calidad Preferente).

Sobre a uva Tannat, achei uma reportagem da Adega muito interessante, onde soube que a Tannat tornou-se símbolo das vinícolas do país e hoje ocupa um terço de toda a área plantada do país. E o blog Vinhos e Mais Vinhos postou no ano passado uma lista dos melhores vinhos eleitos pelos consumidores.

                                                >>> Leia também: Um guia para conhecer Montevidéu


Às compras
Acredito que se deva comprar aquilo que se gosta, independentemente do que a crítica fala. Mas nem sempre isto é possível.

O blog Vinhos e Viagens sugere de comprar alguns rótulos já no free shop da chegada, segundo ele é mais barato que inclusive nas bodegas. Comprei dois, mas não sei dizer se seria mais barato, porque optei por adquirir rótulos de produtores que eu não visitaria.

No meu caso, comprei dois rótulos no Duty Free, cinco nas vinícolas depois das degustações e outros dois numa loja de vinhos em Colônia del Sacramento, pois queria rótulos regionais. Tentei seguir a lógica de levar um vinho “mais de entrada” e outro mais de alto nível (desde que não fosse muito caro). Talvez nem todos tenham sido a melhor escolha, mas busquei o melhor custo-benefício dentro do que eu gostei!

Abaixo compartilho a lista dos vinhos que eu comprei, com algumas informações que podem ajudar na sua escolha.

Em Colônia del Sacramento
> Km. 0 - Río de La Plata - Gran Reserva Tannat Roble 2008 - Familia Irurtia - Carmelo
Este é o maior produtor de vinhos da região de Colonia/Carmelo e este vinho é produzido com as melhores uvas de cada colheita. Segundo a vendedora da La Viñeria de Colonia, é um vinho excelente, especialmente nessa safra. Um dos tops da adega.

> Tannat Reserva 2011 - Bodega Boutique El Legado - Edicion Limitada - Carmelo
Uma bodega muuuito pequena, que produz pouca quantidade e apenas quando a colheita é realmente boa. Trata-se de uma família que tem outros negócios e para quem a bodega é como um hobby. Essa linha tem apenas 2 mil garrafas, segundo explicou a vendedora da La Viñeria de Colonia.
Em Montevidéu
> Amaneceres del Dayman - H. Stagnari - Terroir Salto - 2010 
Foi comprado durante visita e degustação na Bodega H.Stagnari, em Canelones
Da degustação, foi o que mais gostei, apesar de não ser o mais caro ou o top de linha. E é um vinho de corte (blend) composto por: Marzelan (47%), Cabernet Sauvignon (28%), Syrah (15%) e Merlot (10%). Envelhecimento em madeira bem marcado, que agradou bastante.

> Blush - H. Stagnari
Também adquirido durante visita e degustação na Bodega H.Stagnari, em Canelones. É um vinho bem fresco e levemente doce, que trouxemos para dar de presente. Feito com uvas Moscatel, é um vinho branco, porém com aparência de rosé porque contém algumas gotas de Tannat.

> H. Stagnari Selecion La Puebla - Petit Verdot 2011
Apesar de comprado na degustação na Bodega H.Stagnari, em Canelones, não sei muito sobre ele, porque não provei. acreditei na bodega! Espero que eu goste!!!

> Pisano Arretxea - Tannat Petit Verdot - Grand Reserve 2004
Comprado no free shop de Carrasco (Uruguai) na chegada ao país. Segundo a moça da loja de Colônia, a linha Arretxea é a melhor da bodega Pisano e homenageia a mãe dos donos, usando o sobrenome dela. Segundo a revista Menu, exatamente esse vinho, destas uvas e desta safra, é considerado o melhor vinho uruguaio da atualidade. :-)

> Don Pascual Roble Single Barrel - Edicion Limitada - Cabernet Sauvignon Sin Filtrar 2006 - Bodega Familia Deicas - Estabelecimiento Juanicó
Também adquirido no free shop de Carrasco (Uruguai) na chegada ao país. Trata-se de uma linha especial, cujo vinho vem de barricas numeradas (o vinho vem de uma só barrica específica). Garrafas numeradas e com informações escritas a mão, com data de colheita, de barril e de envase.

> Bouza Tannat Classico 2010 - Bodega Bouza
Comprado na própria bodega, depois de fazer a visita, a degustação e o almoço. Provei este vinho na degustação clássica da Bouza e achei muito saboroso, encorpado e com madeira bem marcada.

> Monte Vide Eu 2010 - Bodega Bouza
Provei este vinho na degustação de alta gama da Bouza. Não era o mais caro da degustação (se eu não me engano, era um parcela única B6), mas foi o que mais nos impressionou pela complexidade e “redondeza”. Delicioso, apesar de encorpado. Recebeu muitos prêmios e medalhas.

              >>> Não deixe de ler Passeio pela rota dos vinhos em Bordeaux: visita a quatro châteaux

Um comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...