segunda-feira, 10 de outubro de 2011

16 dias na África do Sul: safari, praia, cavernas, cultura e degustação de vinhos


Por Carol Guilardi*

Maio/ 2009:  Um destino que, até antes da Copa de 2010 não era tão popular, foi uma das melhores surpresas que tive. Minha viagem pela África do Sul durou 16 dias e foi o tempo exato para conhecer um país de incrível beleza natural e que cabe muito bem no bolso.
Duelo de búfalos
1º Dia - Desembarcamos, eu e uma amiga, na Cidade do Cabo (Cape Town) num raro dia ensolarado de maio. Segundo minha amiga Sian (sul-africana que morou no Brasil e me recebeu) esta não é a melhor época para visitar o país. O inverno na África do Sul é a época das chuvas, portanto, minha dica é ir durante a primavera, quando o tempo é ameno e proporciona uma viagem mais seca.
Cape Town desde Table Mountain
Visto nossa sorte logo no primeiro dia fomos visitar a  Table Mountain. Como o Rio de Janeiro, a Cidade do Cabo está aos pés desta incrível formação, uma montanha em forma de mesa que protege a cidade. Há duas maneiras de chegar ao topo: por uma trilha – recomendada apenas se você estiver em grupo e com um guia – e o jeito que eu optamos: assim como no Pão-de-Açúcar subimos de bondinho.

Lá de cima a vista é linda e proporciona boas fotos, mas é bom ir logo cedo se estiver um dia claro, pois costuma encher de turistas (comprometendo as fotos) e, se as nuvens resolverem aparecer, a vista some! O Parque tem uma ótima infraestrutura, como restaurante para café ou almoço.

Voltamos de carona com nossa hostess em direção a Camps Bay, mas é possível pegar um táxi ou ônibus.  Camps Bay é um bairro descolado à beira mar, com restaurantes e bares, ótimo para relaxar tomando um espumante local, ouvindo lounge music. O lugar é conhecido por ser propicio para chill out e paquera no fim de tarde!

2º Dia - Tendo mais um dia em Cape Town antes de pegar estrada, aproveitamos para conhecer o Victoria and Albert WaterFront Shopping Center, construído junto ao porto, é um espaço com história e modernidade. Ótima opção para compra, e não só de suvenir. Lojas como Mac e Swatch tem preços mais convidativos que o freeshop.

Há muitos restaurantes, cafés e lojas de souvenir numa bela área externa de frente para o oceano, é possível passar um dia muito agradável comendo frutos do mar e tomando vinho (local, claro). Também nas proximidades, o Two Oceans Aquarium é uma opção de lazer. Visitamos receosas (não gosto de animais presos), mas vimos os pinguins africanos sendo alimentados, e foi muito divertido. Outro momento interessante é a sala de apreciação do tubarão. Foi minha oportunidade de chegar perto dele, sem ter que fazer o famoso mergulho em gaiola para alimentar tubarões em alto-mar. Segundo minha amiga Sian, desde que esta modalidade de turismo começou, aumentou muito o número de ataque de tubarões à humanos, principalmente aos surfistas. Percebi que esta é uma questão muito discutida entre a população e as autoridades.
Nete dia, fomos também a uma agencia de viagem (no centro da cidade tem várias, junto com os backpackers) organizar a semana que viajaríamos pela Garden Route, estrada litorânea que parte de Cape Town indo até Port Elizabeth. Como boas mochileiras optamos pelo BazBus, comprando um ticket (15 ou 7 dias) você pode subir e descer quantas vezes quiser – dentro dos horários e cidades estabelecidas. Este é o meio de transporte com melhor custo-beneficio.
3º Dia - Pegamos o BazBus bem cedo rumo a Port Elizabeth, onde no dia seguinte faríamos o safári. A viagem foi longa, com inúmeras paradas, mas essencial para irmos decidindo quais seriam nossos destinos na volta. Chegamos a Port Elizabeth no final da tarde e nos instalamos num backpacker e, como o dia seguinte seria longo, resolvemos ficar no hostel tomando uma Black Label (cerveja local), portanto, quase não sei das atrações da cidade.
4º Dia – Às 6 horas, uma van nos buscou, bem como outros viajantes ao longo do caminho, e seguimos rumo ao Addo Elephant Park. O safári durou das 8h às 23h e foi uma das melhores experiências que tive na vida. É incrível estar tão próximo à natureza num lugar tão diferente da paisagem cinza que estou acostumada, mesmo sendo um passeio bem turístico, não é um daqueles safáris que mostram no National Geografic, ainda assim iria muitas outras vezes.
Safári durou das 8h às 23h e foi uma das melhores experiências que tive na vida

A primeira parte foi em uma Van onde vimos basicamente os elefantes, mas a partir do almoço percorremos uma grande área de Jeep e pudemos estar mais próximos dos animais, rinocerontes, búfalos, zebras, girafas, hipopótamos e claro leões.
O clima estava propício, pois estava sol, mas não quente ao ponto dos animais estarem escondidos. Eu poderia passar horas falando desta parte da viagem, mas vou apenas deixar a curiosidade levá-los a esta experiência sensacional. Como passamos o dia todo, as refeições estavam inclusas no valor do passeio e foram receitas típicas da África do Sul.
5º e 6 º Dias – Começamos nosso caminho de volta e a primeira parada foi Jeffrey’s Bay – um dos principais destinos de surf no mundo. Não demos muita sorte com o tempo, então, aproveitamos a desculpa da chuva para fazermos compras nos inúmeros outlets de marcas de surfwear e entar no clima do lugar.

A cidade é pequena e muito bem cuidada, me lembrou as cidades do litoral norte de São Paulo. Ficamos hospedadas no Island Vibe Hostel, famoso por estar numa localização privilegiada em frente ao mar e ser o mais animado dos Albergues de J’Bay, como é carinhosamente chamada. São dois prédios e optamos pela Beach House, o mais novo e com varanda praticamente na areia. Como o clima não estava tão propício para atividades outdoor, como as aulas de surf que alguns corajosos turistas europeus se propuseram a fazer, aproveitamos para curtir as duas noites que ficamos nas festas promovidas no bar do hostel. 
Surf vibe Jefreys Bay
Os locais não encorajam os turistas andarem pela cidade sozinhos, afinal o país tem altos índices de roubos e furtos, portanto o Island Vibe disponibiliza um carro com motorista para levar e buscar quem quiser ir até o centro comercial. Além das lojas a cidade tem cafés e restaurantes que agradam bastante, eu recomendo o Wax Cafe, um lugar moderno com excelentes sanduíches e uma atmosfera que representa muito bem o clima da cidade e de seus visitantes. Anexo ao café está o museu do surf, pequeno mas interessante.  Mesmo não surfando achei essencial esta parada e com certeza voltaria no verão!
7º Dia  – Ainda em fase de recuperação da festa da noite anterior seguimos para Plettenberg Bay, uma cidade veranista e como estávamos na baixa estação, estava vazia. Aproveitamos o dia para visitar o mais alto bungee jump do mundo a cerca de 100 km de Plettemberg. Uma plataforma de aço foi construída sob uma ponte da rodovia, são 216 metros de queda. É possível além de saltar, fazer a travessia da plataforma. Eu, como tenho pavor de altura, fiquei no deck do restaurante observando a ousadia dos que pulavam. 
A cidade é bem charmosa, as praias e as lagoas que se formam pela estrutura da Bahia valem uma tarde de caminhada, mas não espere muito agito fora do alto verão.

8º e 9º Dias – Saindo da Garden Route sentido interior , fomos conhecer Oudtshorn e suas cavernas. Ficamos hospedadas num hostel excelente – no meio do mato e apesar da casa ser antiga, as acomodações, a cozinha e o bar eram muito bons. Um lugar perfeito para tomar um vinho no jardim, e curtir o lindo fim de tarde da África.
No segundo dia logo pela manhã fomos num passeio muito bacana nas cavernas que foram descobertas na cidade e são as principais atrações. É possível optar pela dificuldade e distancia das cavernas. Eu optei pelo mais simples e fácil, que já dá para curtir muito, eu nunca havia ido à uma caverna e neste caso é super estruturado para receber visitantes de primeira viagem como eu, nada de  fortes emoções, mas uma experiência bem diferente.

Oudtshorn é também conhecida pelas inúmeras fazendas de criação de Avestruz. Aproveitamos para conhecer uma delas. Não achei o passeio interessante, mas como tínhamos um tempo livre até embarcarmos novamente no BazBus rumo à Cape Town, valeu pela curiosidade do animal.

10º Dia - Já de volta a Cape Town, aproveitamos o dia para fazer compras nos mercados de souvenir próximos ao porto e no Waterfront Shopping Center e organizar os passeios dos últimos dias. À noite, fomos recepcionadas por nossa anfitriã com um típico Brai, como eles chamam o churrasco por aqui.  

11º Dia - Um passeio imperdível é ir a Robben Island, a ilha penitenciária onde Nelson Mandela ficou preso e hoje se tornou um museu. É possível entender melhor os anos de Apartheid vividos pelo povo sul-africano. As visitas são todas guiadas e o museu é bem completo e preservado. Além disto, Cape Town é ainda mais bonita vista da ilha. Quando voltamos fomos ao aquário e terminamos com um jantar no porto.
12º Dia - Encontrando o Cabo da Boa Esperança. É imprescindível reservar um dia para conhecer o Parque Nacional do Cabo da Boa Esperança. Na verdade o day trip que compramos incluía outros passeios como a praia dos Pinguins e a ilha dos Leões Marinhos, mas o ponto alto esta no Cabo. É possível ir ao parque por conta própria, sem contratar guia, mas fomos alertadas por um casal de turistas brasileiros que foram sozinho que não vale tanto a pena. Apesar de estar chovendo e ventando muito, Cape Point se tornou um dos meus spots favoritos.

13º Dia - Dia de conhecer a noite sul-africana na companhia dos amigos nativos: show da banda The Dirty Skirts.
14º Dia - Não é só no Chile e na Argentina que os tours em vinículas são populares, esta região da África também produz excelentes vinhos, com especial atenção para o Pinotage e proporciona um dia super agradável em Stellenbosch . Até na universidade local existe um curso de formação superior de produção de vinhos. Fomos com minha amiga, mas existem várias opções de tours guiados de Cape Town.

Os últimos dois dias ficaram por conta de curtirmos algumas atividades típicas como ir a um Pub assistir a uma partida de Rugby, jantar ótimos frutos do mar e peixes e relaxar com os vinhos locais. Ter um amigo para onde você vai, sempre facilita a viagem, mas a África do Sul tem uma boa estrutura para os turistas e surpreende no quesito cordialidade e quantidade de lugares para ver e atividades.
Minha amiga se casará no próximo ano e com certeza farei o esforço de visitá-la novamente!

* Amigona da faculdade, quando estudamos jornalismo na Puc-Campinas, Carol trabalha atualmente com RH e não dispensa um bom papo com os amigos! Para o Mosaico, Carol já escreveu sobre Montevidéu

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