quarta-feira, 25 de maio de 2011

Passeio pela rota dos vinhos em Bordeaux: visita a quatro châteaux

Bordeaux, no Sudoeste da França, é o paraíso dos amantes de vinhos. As centenas de vinícolas deixam claro o porquê a região é uma das mais importantes para os enófilos. A área é dividida em subregiões cujos vinhos levam seus nomes, como Médoc, Margaux, Bordeaux Supérier e Saint-Émilion. Mas, bom deixar claro, é impossível conhecer tudo. Ficamos hospedados em Bordeaux mesmo e partimos da cidade para os passeios às vinícolas.


O escritório de turismo da cidade oferece algumas opções de tours. As excursões partem em micro-ônibus com cerca de 30 pessoas para determinados châteaux. No entanto, há outras opções, sugeridas pela própria Office de Tourisme, que exibia panfletos de empresas cadastradas. Acabamos escolhendo a BordoVino, de uma simpática francesa. A proposta era interessante: em van, grupos de até oito pessoas seguiam a dois châteaux, com a promessa de algo simpático e atenção especial em cada um deles. Claro, custava também mais caro.
Château de Reignac
Para aproveitar os dias que ficaríamos lá, eu e meu irmão compramos dois passeios: um no período da tarde e outro pela manhã (ainda que a ideia de beber pela manhã assustasse um pouco). Adorei os dois! E a guia, cujo nome me foge à memória, era ótima. Ah... os tours podem ser em francês ou inglês. Você que escolhe.
A guia do passeio; ela também é proprietária da BordoVino
O tal diferencial proposto pela empresa - praticamente familiar, já que era uma iniciativa da guia e de seu marido - ocorreu de fato. A guia-motorista explicava tudo: da diferença de cada subregião e os impactos na produção do vinho, os diferenciais de cada vinhedo e vinícola, as histórias dos châteaux e ainda falou de economia, da situação da cidade, da França em geral. Muito legal.

Os passeios 
O tour que fizemos à tarde custou 79 euros por pessoa. Partiu às 13h30 da frente do escritório de turismo e seguiu para o Château de Reignac. Fomos recebidos pela simpática gerente, que nos serviu uma taça de  vinho branco de boas-vindas. Ela nos contou a história da vinícola, nos levou para conhecer a fabricação e parte das vinhas, explicando o passo a passo, para, por fim, degustarmos dois vinhos de primeira linha. O Château de Reignac exibe construções típicas do século 18 e o espaço reservado para provar os vinhos fica em um charmoso chalezinho.

Este é o lugar especial para fazer as degustações
Ficamos por mais ou menos uma hora e meia ali. Depois, seguimos para a pequena cidade Saint-Émilion para um city tour, com a própria guia contando a história da vila. A próxima parada foi bem pertinho: o Château Clos Fourtet, o "premier grand cru classé de Saint-Émilion", cujas cercas dão para o centro histórico.
A fachada do Château Clos Fourtet
Bebendo direto da fonte: incrível provar um vinho que já é tido como a melhor safra
Os vinhos ficam armazenados em diversos barris no subsolo, um espaço gigante, formado por muitas galerias embaixo da terra. Não sei dizer exatamente o volume que fica ali, mas são safras de diferentes anos. Um das experiências mais incríveis foi beber direto do barril, com a enóloga explicando as características do vinho naquele momento e como ele ficará daqui alguns meses.

O outro passeio fizemos pela manhã, saindo às 10 horas e retornando às 13 h. Era um pouco mais barato (64 euros por pessoa) e incluía visitação a dois grands crus classés: do Château Giscours e do Château du Tertre. Na primeira vinícola, bebemos um 2ème Grand Cru du Médoc, da célebre região Margaux.
Château Giscours
A especialista que recebeu nosso grupo também nos relatou os detalhes da fabricação e se fixou, durante uma parte, em explicar as diferenças das composições do terroir. Passeamos pelas dependências e terminamos, assim como nas demais visitas, com brindes durante a degustação. Neste château, aproveitamos para comprar umas garrafas: bom custo-benefício.


A última parte do passeio - e onde também encerraríamos nosso tour - foi no charmoso Château Tertre, onde nos recebeu o simpático gerente. O lugar é frequentado pelo proprietário, então, apenas uma parte está aberta à visitação. Quando estivemos ali, pudemos observar o helicóptero dele aterrissado no jardim.

Bem mais moderna, esta vinícola utiliza ferramentais menos artesanais. A presença de máquina é maior, mas não onipresente. Convivem métodos tradicionais e experimentos, como um "ovo" para armazenagem.


Também tivemos a chance de experimentar direto do barril um dos vinhos. Muito bom, por sinal. Neste château, o passeio terminou na "lojinha", onde compramos alguns exemplares - bem mais barato que na vinícola anterior.
O gerente do château e nossa guia: vinho direto do barril 
Para terminar bem, nossa guia nos preparou um pequeno lanche com queijos, pães e frios para degustarmos com os vinhos
Fotos: Roberta Prescott
Informações práticas - Excursão
BordoVino: http://www.bordovino.com/
Office de Tourisme de Bordeaux: http://www.bordeaux-tourisme.com/

Informações práticas - Hotel
Quando fui: janeiro de 2011
Hotel que fiquei: Hotel Le Chantry
Preço: 189 euros por 3 noites em quarto duplo
O que achei do hotel: está localizado numa zona para um pouco afastado do centro, mas tem transporte público, a tramway, que para bem pertinho
Por onde reservei: Booking.com

>>> Guia de hotéis e avaliação das hospedagens

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